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Viver

Vestígios já bastante descaraterizados da Cerca mandada construir por D. Duarte, «pera repairo dos caminhantes, e alguma segurança do Reino», segundo Rui de Pina. Este cronista dos séculos XV/XVI dá inclusivamente conta que uma das hipotéticas causas de morte do monarca está associada à sua passagem por Ponte de Sor, em 1438, vindo de Avis e dirigindo-se para Tomar, onde faleceu: «uns disseram, que, quando passara pela Ponte de Sor mostrando rijamente com a mão direita a altura de um Cubelo que aí mandava fazer, se desencaixara o braço, a que depois correra humor, de que seu fim se causara» (Chronica d’el rei D. Duarte).

Talvez devido à morte do rei, a Cerca nunca foi concluída. Há registo de que em 1527 ainda existia em Ponte de Sor «uma cerca de muro de taipa, antiga, começada em meia altura»; porém, em 1758, já não haveria memória da obra, pois o pároco de Ponte de Sor afirma que esta «não é murada, nem Praça de Armas, nem nela há castelo, ou torre antiga». Fotografias do início do século XX mostram um muro, nesta zona junto à Fonte da Vila, consideravelmente maior, que entretanto foi desaparecendo. É possível que outras cortinas da Cerca fossem sendo demolidas com o crescimento urbano e que alguns dos materiais originais tenham sido integrados noutras construções.