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Viver

MUSEU MUNICIPAL DE PONTE DE SOR

Composto por um núcleo central e dois núcleos externos, o Museu Municipal é uma viagem pela história do concelho de Ponte de Sor, que tem por objetivo valorizar e divulgar o património deste território rico em costumes e cultura. Localizado em parte das instalações da antiga Fábrica de Moagem de Cereais e Descasque de Arroz de Ponte de Sor, inclui duas salas de referência, dedicadas ao património e à história do território, numa perspetiva temática, e, mais especificamente, da cultura e da indústria do arroz no concelho. Fazem também parte deste núcleo as antigas secções de moagem de farinha em rama e de descasque de arroz da Fábrica, que se conservam com a maquinaria original.

Para além destes espaços centrais, o Museu inclui dois núcleos externos, o do Mercado Municipal, que remete para a história desse edifício e do espaço envolvente, e o do Moinho da Zona Ribeirinha, moinho de água de rodízio, cuja musealização pretende destacar simultaneamente o património histórico e o ambiental.

NÚCLEO CENTRAL

Da Pré-História aos tempos modernos, um mundo de costumes por explorar

O Núcleo central do Museu Municipal de Ponte de Sor situa-se nas instalações da antiga Fábrica de Moagem de Cereais e Descasque de Arroz de Ponte de Sor e é composto por duas salas de referência, que o levam a viajar pela nossa história e costumes.

A visita inicia-se na Sala 1, dedicada à História e Património de Ponte de Sor, que dá a conhecer as características físicas do território e os vestígios de presença humana aqui detectados desde a Pré-História. O espaço ganha vida com a exposição de diferentes objetos e artefatos municipais, providenciados, em parte, pela população local, que retratam as vivências do concelho, desde a época romana ao século XX, e fazem parte de memórias

A Sala 2 dá continuidade a esta exposição e centra-se na Agricultura e Indústria do Arroz, atividade que marcou a economia local durante largas décadas, destacando a história da produção de arroz no território, no país e no mundo.

No final do percurso, convidamo-lo a mergulhar na história e a visitar as antigas secções de moagem de farinha em rama e de descasque de arroz da antiga Fábrica, onde poderá observar a maquinaria original, que remonta à década de 1920, e assistir a um documentário com testemunhos dos protagonistas da agricultura e indústria do arroz no território de Ponte de Sor.


NÚCLEO DO MERCADO MUNICIPAL

Uma descoberta pelos costumes da vida na cidade diretamente no seu centro histórico

Este pequeno Núcleo do Museu Municipal de Ponte de Sor leva-o a descobrir a origem do Mercado Municipal e da histórica praça onde o edifício se situa, que foi centro da vida social, económica e política desta comunidade durante séculos.

Retratada nas mais antigas fotografias de Ponte de Sor, a Praça da República acolhe, para além do Mercado Municipal, com origem na década de 1930, o antigo edifício dos Paços do Concelho, datado de 1886, e, ao centro, o Monumento de homenagem ao médico João Felicíssimo (1868-1927), inaugurado em 1938.

Neste núcleo do Museu, os diferentes painéis informativos, localizados à entrada do Mercado Municipal, levam-o a explorar a evolução e os costumes associados ao centro histórico de Ponte de Sor.


NÚCLEO DO MOINHO DA ZONA RIBEIRINHA

Uma porta para o passado para os amantes da natureza e molinologia

Inaugurado em 2023, este Núcleo do Museu Municipal vem dar nova vida a um moinho de água de rodízio localizado na Zona Ribeirinha de Ponte de Sor.

Os moinhos, sobretudo de água, marcam a paisagem natural do atual concelho desde, pelo menos, meados do século XIII e mantiveram um papel económico e social ativo até à segunda metade do século XX.

No interior deste espaço recuperado, é honrado o extenso património natural no qual se inserem os diferentes moinhos de água de rodízio de Ponte de Sor, albergando diversas espécies animais e vegetais que são identificadas e caracterizadas neste núcleo.


PARA OS MAIS PEQUENOS

Bem-vindo ao Museu Municipal de Ponte de Sor

Prepara-te para uma aventura através do mundo mágico e saboroso do arroz, onde cada grão conta uma história única!

Sabias que Ponte de Sor foi, em tempos, terra de amplos arrozais, que davam sustento a muitas famílias da região?

No Museu Municipal, podes explorar o passado deste concelho, através de objetos recolhidos desde a época dos romanos aos dias de hoje, e descobrir tudo acerca da tradição da produção de arroz em Ponte de Sor, em Portugal e no mundo!

Para além de conheceres a história do arroz, aqui ainda podes ver com os teus próprios olhos as máquinas que, há muitos anos, eram utilizadas para secar, limpar e descascar este cereal, até resultar nos deliciosos pratos que comemos hoje.

Não vais querer perder esta história! Junta os teus amigos ou família e visita o Museu Municipal de Ponte de Sor.

Para visitas de escolas ou outras visitas guiadas contactar: 242 291 581 | museu.municipal@cm-pontedesor.pt


Morada:
Centro de Artes e Cultura
Avenida da Liberdade 64, F
7400-218 Ponte de Sor

Contacto:
Telefone: 242 291 581


Hoje, dia 8 de julho de 2024, celebra-se o 39.º aniversário da elevação de 𝗣𝗼𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝗦𝗼𝗿 a cidade, concretizada pela Lei n.º 35/85, de 14 de agosto, aprovada no dia 8 de julho de 1985.

Conserva-se no 𝗔𝗿𝗾𝘂𝗶𝘃𝗼 𝗛𝗶𝘀𝘁ó𝗿𝗶𝗰𝗼 𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰𝗶𝗽𝗮𝗹 o processo que deu origem a essa alteração de categoria, enviado pela Assembleia da República ao Município de Ponte de Sor em setembro do referido ano.

Do processo consta, entre outros documentos, cópia do Projeto de Lei N.º 222/III, para a «Elevação da vila de Ponte de Sor à categoria de cidade», datado de 18 de outubro de 1983 e da autoria de cinco deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.

Considerava-se então ser tal mudança «imperativo local bem justificado, não só pelo já antigo anseio local expresso nesse sentido, mas também pelas caraterísticas de dinamismo e de trabalho que tornam esta localidade importante centro económico na região».

Na verdade, eram sobretudo de caráter económico as razões apontadas em defesa da subida de categoria, destacando-se a «excelente localização da vila», que a tornou «um centro de primeira importância nesta região, não só por ser local de passagem obrigatória para os que se deslocam no sentido Lisboa-Beira Baixa, mas também por ser um importante centro corticeiro, cerealífero e produtor de azeite».

Eram igualmente referidas as diversas indústrias existentes na localidade, inclusivamente a turística, para a qual se previa então um grande desenvolvimento, potenciado pela Barragem de Montargil, bem como o papel comercial da vila, que ainda se aferia pelo impacto da Feira de Outubro, considerada «uma daquelas onde se faz maior volume de transações no Alentejo».


O percurso expositivo do núcleo central do Museu inicia-se com uma referência à toponímia. O nome 𝗣𝗼𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝗦𝗼𝗿 deriva do monumento de origem provavelmente romana construído sobre a ribeira de Sor, em cuja margem direita a atual cidade se situa.

É possível que essa primeira ponte tenha integrado uma das vias romanas que ligavam Mérida (Emerita Augusta), capital da província da Lusitânia, a Lisboa (Olisipo). Ignora-se quando é que ruiu, mas há registo documental escrito e iconográfico da existência de uma ponte de pedra em Ponte de Sor no século XVI.

Veja-se esta versão do célebre Mapa de Portugal de Fernando Alvares Seco, de 1561, que inclui a representação da localidade de «Ponte do Soro», do «R[io] Soro» (assim designado) e de uma ponte sobre o mesmo, junto àquela (fonte: Biblioteca Nacional Digital, http://purl.pt/16623).


No Museu Municipal de Ponte de Sor contamos a história da agricultura e da indústria do arroz no território.

A orizicultura em Ponte de Sor, em particular na região de Longomel, remonta, pelo menos, ao final do século XVIII, sendo uma das zonas de produção de arroz do centro e sul de Portugal assinalada no mapa que aqui reproduzimos, datado de 1902 (fonte: JORGE, Ricardo – Sobre o estudo e combate do sezonismo em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1903, anexo).

Em 1920 seria construída na então vila a Fábrica de Moagem de Cereais e Descasque de Arroz em cujo edifício funcionam hoje o Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor e o Museu Municipal, que o convidamos a visitar!


Sabia que no território da atual freguesia de Montargil, pertencente ao concelho de Ponte de Sor, estão identificados cerca de 30 monumentos megalíticos, integrados no procedimento de classificação patrimonial do Megalitismo Alentejano, que está a decorrer?

As estampas que aqui reproduzimos, com desenhos relativos às antas da região de Montargil e ao material arqueológico associado, foram publicadas na década de 1950 pelos arqueólogos Georg e Vera Leisner (fonte: «Contribuição para o registo das antas portuguesas. A região de Montargil, concelho de Ponte de Sôr». In O Arqueólogo Português. Nova série: 2 (1953), p. 227-256).


O 𝗠𝘂𝘀𝗲𝘂 𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰𝗶𝗽𝗮𝗹 𝗱𝗲 𝗣𝗼𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝗦𝗼𝗿 inclui dois núcleos de maquinaria original da antiga Fábrica de Moagem de Cereais e Descasque de Arroz (1920).

Um deles é o Núcleo de Moagem de Farinha em Rama, secção secundária da Fábrica, que funcionava em complementaridade com os moinhos de água de rodízio existentes no concelho, nomeadamente nos meses de verão, quando o caudal das ribeiras era insuficiente para acionar os rodízios.

Destacamos a bancada em madeira com dois casais de mós, adquirida em 1920 à empresa metalúrgica E. Duarte Ferreira & Filhos, de Tramagal, de acordo com o orçamento que aqui reproduzimos: ofício dirigido à Sociedade Industrial, Lda. (empresa proprietária da Fábrica), de 21 de fevereiro de 1920, propondo o fornecimento de uma bancada com dois pares de mós, em madeira ou em ferro, destinada à secção de moagem de farinha em rama (fonte: AHMPS, Sociedade Industrial, Lda., Correspondência Recebida 1920).


Sabia que o primeiro Campo de Aviação de Ponte de Sor foi inaugurado há 105 anos, nos dias 31 de agosto e 1 de setembro de 1919? A iniciativa da obra partiu do Exército português, considerando a centralidade geográfica da então vila, o acesso ao caminho-de-ferro e a orografia suave do território.

Durante toda a década de 1920, era comum a aterragem de aviões em Ponte de Sor, tendo-se realizado diversos espetáculos aeronáuticos. Aqui reproduzimos uma reportagem sobre a inauguração do Campo publicada na revista “Ilustração Portugueza” (22 de setembro de 1919).

As fotografias retratam dois dos aeroplanos que, tendo partido de Vila Nova da Rainha (Azambuja), aterraram no novo “Campo de Aterrisage» naqueles dias.


Sabia que a primeira sala de projeção de cinema em Ponte de Sor abriu em setembro de 1925, há quase um século? Era o chamado “Cinema Ideal”, que funcionou num edifício adaptado na Rua de Santo António, antiga fábrica de sabão mole pertencente ao industrial Cândido Paula.

No jornal local “A Mocidade” das décadas de 1920 e 1930, são frequentes as notícias relativas aos filmes e espetáculos ali apresentados, como a que aqui reproduzimos, publicada em 29 de agosto de 1926. O “Cinema Ideal” encerrou portas em 1936, face à abertura do Teatro-Cinema de Ponte de Sor, edifício ainda hoje existente e em funcionamento.

Para saber mais sobre a história destes e de outros equipamentos culturais de Ponte de Sor, visite o Museu Municipal!


Sabia que na década de 1930 existiram em Ponte de Sor pelo menos três grupos musicais designados de “jazz”?

Por ocasião do 𝟭.º 𝗔𝗿𝘁 𝗝𝗮𝘇𝘇 𝗙𝗲𝘀𝘁𝗶𝘃𝗮𝗹 𝗱𝗲 𝗣𝗼𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝗦𝗼𝗿, cujo primeiro concerto é já este sábado, lembramos as diversas notícias publicadas no jornal local “A Mocidade”, nos anos 30 do século XX, sobre concertos realizados pelo «grupo de Jazz da Banda dos Bombeiros Voluntários» (por exemplo, nos festejos dos santos populares de junho de 1934);

a Orquestra Jazz do Grupo Desportivo Matuzarense, dirigida por José Coelho Júnior (por exemplo, na Festa de Agosto de 1936, em espetáculo realizado no recém-inaugurado Teatro-Cinema);

e o Grupo Jazz 1.º de Janeiro, assim batizado no Baile de Ano Novo de 1938 para 1939, justamente à hora da passagem do ano, também dirigido pelo comerciante local José Coelho Júnior e cuja fotografia, incluída em número especial do referido jornal, aqui publicamos.

Reproduzimos ainda um recorte de 15 de janeiro de 1939 (n.º 291), sobre os dois bailes realizados, nas noites de Fim de Ano e Dia de Reis, promovidos por este novo agrupamento musical, cuja criação foi enaltecida por Primo Pedro da Conceição, figura de destaque na comunidade.

Se quiser saber mais, lembramos que todos os números publicados do jornal “A Mocidade” (1926-1940) estão disponíveis para consulta no blogue da Biblioteca e do Arquivo Histórico Municipais e que a importância social da música na história contemporânea de Ponte de Sor é um dos temas abordados na Sala 2 do Museu Municipal.