Indústria Corticeira
A indústria corticeira é, atualmente, a principal atividade secundária do concelho de Ponte de Sor, empregando cerca de quatro centenas e meia de trabalhadores. A sua origem data do final do século XIX, quando, aproveitando a proximidade da matéria-prima e o desenvolvimento do caminho-de-ferro, inaugurado em 1863, começaram a fixar-se unidades fabris corticeiras em Ponte de Sor, presença que ainda hoje se mantém. Assim, em 1892, já existia um pouco mais de uma dezena de operários corticeiros na então vila de Ponte de Sor, provavelmente ao serviço da multinacional britânica Henry Bucknall & Sons, que à época mantinha uma fábrica de preparação de cortiça junto à saída da então vila de Ponte de Sor. Um pouco mais tarde, seguiu-se, em 1902, a abertura de uma fábrica da família Reynolds, também esta de origem britânica, ao mesmo tempo que se multiplicavam pequenas fábricas preparadoras de capital nacional, cuja origem remontava em muitas vezes a negociantes de cortiça da região de S. Brás de Alportel. No entanto, o caso mais conhecido, até ao estabelecimento da Amorim & Irmãos, foi o da multinacional de origem catalã Mundet que, ao entrar no mercado português no início do século XX, sentiu necessidade de ter várias unidades industriais junto da matéria-prima, tendo escolhido Ponte de Sor como um dos locais para esse efeito. Assim, em 1927, foi inaugurada uma fábrica empregando 30 trabalhadores, total mais tarde ampliado para cerca de centena e meia.
Atualmente são quatro as unidades industriais corticeiras no concelho de Ponte de Sor, duas das quais ligadas ao Grupo Amorim, uma ao Grupo Jorge Pinto de Sá e outra propriedade de Álvaro Coelho & Irmão. Uma passagem pela zona industrial possibilitará ao visitante observar a lógica de uma fábrica de cortiça, que, em muitos casos, necessita de uma enorme extensão de aprovisionamento de matéria-prima empilhada no seu exterior.
Em Ponte de Sor, o armazenamento de cortiça chega a ultrapassar os dois milhões de arrobas de cortiça (30 mil toneladas), que aqui são transformadas em rolhas de cortiça natural, discos, aparas e granulados de cortiça.